O Edificado e a Transição Energética: Paulo Ferrão em Destaque no Episódio de “A Revolução da Energia Limpa”, da RTP

Nos dois episódios da série “A Revolução da Energia Limpa”, exibida pela RTP, Paulo Ferrão destacou, nos dias 27 e 28 de novembro de 2024, o papel crítico do parque edificado na transição energética em Portugal. Os edifícios, responsáveis por cerca de 33% do consumo energético nacional e por 19% das emissões de gases com efeito de estufa, representam uma oportunidade significativa para alcançar a neutralidade climática. Paulo Ferrão abordou soluções práticas, como o isolamento térmico e a substituição de janelas, que podem reduzir até 34% da energia primária consumida até 2050, sublinhando a importância de políticas públicas para facilitar esta transformação.

Cidadãos como agentes da transformação energética

Paulo Ferrão destacou o papel central das Comunidades de Energia Renovável, iniciativas que permitem a cidadãos, empresas e instituições produzir e partilhar energia renovável, democratizando o acesso a energia limpa. Estas comunidades descentralizadas funcionam como pequenos ecossistemas energéticos, reduzindo custos, promovendo autonomia local e capacitando os cidadãos a serem agentes ativos na transição climática.

A Rede Cidades pelo Clima apoia o desenvolvimento destas soluções através do Grupo de Trabalho de Energia, que capacita os municípios na sua implementação. Como salientado por Paulo Ferrão, estas comunidades tornam possível que qualquer pessoa, e não apenas grandes empresas, contribua para a sustentabilidade e a neutralidade climática.

O Desafio Energético do Edificado em Portugal

Os edifícios portugueses desempenham um papel central na sustentabilidade ambiental. Desde o consumo de energia para águas quentes sanitárias, tradicionalmente baseado em combustíveis fósseis, até ao aquecimento e arrefecimento e a utilização de equipamentos elétricos para diversos fins, o setor residencial destaca-se como um dos importantes consumidores de energia no país.

De acordo com Paulo Ferrão, a implementação de medidas de eficiência energética, como o isolamento térmico das fachadas (2 a 5 cm), a substituição de janelas com vidro duplo e o uso de bombas de calor, poderia melhorar significativamente o desempenho energético do parque edificado. Estas intervenções não só reduzem o consumo energético como também promovem o conforto térmico dos edifícios, impactando positivamente a qualidade de vida dos cidadãos e contribuindo para o objetivo de erradicação da pobreza energética.

Políticas Públicas: Um Alinhamento Necessário

Embora existam soluções acessíveis e comprovadas para melhorar a eficiência energética de edifícios, o professor Paulo Ferrão sublinha a necessidade de políticas públicas alinhadas que apoiem financeiramente as intervenções mais desafiantes. Incentivos governamentais, como subsídios para reabilitação e programas de financiamento acessível, são cruciais para garantir que a transição energética seja inclusiva e eficaz.

Um Caminho para a Neutralidade Climática

Reabilitar o parque edificado é essencial para cumprir as metas de neutralidade climática até 2050. Este episódio de “A Revolução da Energia Limpa” reforça a urgência de ações colaborativas entre cidadãos, empresas e governos para transformar o setor dos edifícios num exemplo de eficiência energética e sustentabilidade. Assista aos episódios completos no site da RTP. Aceda diretamente ao conteúdo neste link.