A Rede Cidades pelo Clima destaca um estudo que avalia ações prioritárias para a redução de emissões de CO2 no sector residencial a nível regional em Portugal. O estudo introduz um modelo computacional do desempenho energético do setor residencial com base em dados como características do edifício, dados climáticos, penetração de tecnologia e comportamento dos ocupantes.
Entre as contribuições mais relevantes, identifica-se que a substituição total por iluminação LED é a medida mais custo-efetiva, apresentando um custo de abatimento negativo de -521 EUR/tonCO2eq e um curto período de retorno de apenas dois anos. Outra ação destacada foi a adoção de bombas de calor para aquecimento de água, que possui o maior potencial de redução de emissões, alcançando uma redução anual de 863 toneladas de CO2eq – equivalente a 20% das emissões nacionais.
O estudo reforça a importância do contexto local na viabilidade económica dessas estratégias, mostrando que medidas com custo de abatimento negativo em nível nacional podem apresentar custos positivos em determinados municípios. Essa análise é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de neutralidade climática ajustadas à realidade de cada região, alinhando-se ao objetivo europeu de neutralidade até 2030.
O trabalho foi desenvolvido por Paulo Ferrão, Presidente do IN+ e Acting Chair do Mission Board of Climate-Neutral and Smart Cities; Patrícia Baptista, Coordenadora do Laboratório de Ecologia Industrial e Sustentabilidade do IN+ e Coordenadora do Grupo de Trabalho de Mobilidade da Rede Cidades pelo Clima; Ricardo Gomes, investigador do IN+ e Coordenador do Grupo de Trabalho de Edifícios; e Mariana Januário, estudante de doutoramento em Sistemas de Energia Sustentável.
A Rede Cidades pelo Clima, com o suporte do Fundo Ambiental e da gestão técnica do IN+, continua empenhada em impulsionar soluções inovadoras para alcançar a neutralidade climática em Portugal.
