
De 9 a 13 de outubro de 2025, a Cidades pelo Clima recebeu uma delegação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), composta pelos professores titulares Cristiano Alves e Marília Gonçalves, e pelos técnicos Cibele Assmann, gerente de Inovação, e Victor Fechine, Engenheiro Sanitarista e Ambiental, e ainda por Frederico Lopes, do Instituto Metrópole Digital (IMD) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ao grupo juntou-se Fábio Botelho, assessor da Prefeitura de Florianópolis.
A missão teve como foco a cooperação internacional em inovação urbana, transição climática e sustentabilidade, integrando um programa promovido pelo Secretariado Técnico da Cidades pelo Clima. Durante a visita, a delegação foi recebida por Paulo Ferrão, Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico (IST) e Presidente do IN+,
A iniciativa teve como objetivo aprofundar o intercâmbio técnico e estratégico entre Lisboa e Florianópolis, abordando temas como neutralidade climática, reabilitação urbana sustentável, mobilidade inteligente, gestão hídrica e economia circular. A visita marca ainda um passo importante para Florianópolis, que passa a integrar a Cidades pelo Clima como entidade observadora.
Inovação, cidades e transição climática
O programa iniciou-se a 9 de outubro, no Instituto Superior Técnico, com uma manhã de sessões técnicas. Foram apresentados e discutidos temas centrais para a governança climática local, incluindo monitorização de emissões de gases com efeito de estufa a nível municipal, reabilitação de edifícios e políticas de eficiência energética; soluções baseadas na natureza para remoção de carbono e mercados de carbono e mitigação da pobreza energética e de mobilidade.
Durante a tarde, a delegação visitou o Campus Residencial e Empresarial ISCTE – Sintra, num site tour promovido pelo Grupo Casais, que apresentou um dos projetos mais inovadores de construção sustentável em Portugal. A nova residência universitária, com 6.800 m², recorre ao sistema construtivo CREE, que combina madeira e betão, reduzindo em cerca de 40% o tempo de execução face à construção tradicional.
Mobilidade sustentável e planeamento urbano integrado
A 10 de outubro, a comitiva visitou a sede dos Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), em Santa Apolónia, para conhecer de perto os projetos de mobilidade urbana sustentável desenvolvidos na área metropolitana.
Foram partilhadas estratégias de integração modal, o funcionamento do passe Navegante Metropolitano e as medidas que Lisboa está a implementar para promover um sistema de transporte coletivo inclusivo, eficiente e ambientalmente responsável.
Transição hídrica e neutralidade climática no setor das águas
Durante a tarde, a missão visitou a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara, gerida pela AdP – Águas de Portugal.
O grupo foi recebido por representantes da AdP Internacional, da AdP Energias e da Águas do Tejo Atlântico, que apresentaram os programas ZERO e NEUTRO, centrados na neutralidade energética e climática do setor da água.
A visita técnica incluiu a apresentação da aplicação prática destes programas e uma visita às instalações da ETAR de Alcântara, onde foram demonstradas soluções inovadoras de gestão de energia, valorização de resíduos e produção de biogás.
A missão encerrou-se no dia 13 de outubro, com uma sessão dedicada a resíduos urbanos e economia circular, promovida pela Lisboa E-Nova.
A sessão contou com a participação do Victor Vieira, responsável pelas áreas de resíduos e economia circular da Lisboa E-Nova.
Parceria estratégica para cidades neutras e resilientes
A Missão de Florianópolis a Lisboa reforçou a importância da cooperação internacional entre cidades comprometidas com a neutralidade climática, aproximando municípios, universidades e instituições de investigação.
Através da partilha de conhecimento técnico e científico e do desenvolvimento de parcerias transatlânticas, cidades como Lisboa e Florianópolis consolidam o seu papel como laboratórios vivos de inovação climática e urbana.
A adesão de Florianópolis à Cidades pelo Clima simboliza um novo capítulo na cooperação lusófona rumo a cidades mais neutras, inteligentes e inclusivas.