
Na conferência de encerramento do XIII Encontro de Sustentabilidade em Projeto (ENSUS 2025), realizado em Florianópolis nos dias 30 e 31 de julho e 1 de agosto, o professor Paulo Ferrão, do Instituto Superior Técnico – Universidade de Lisboa, proferiu a palestra “Contratos Climáticos Urbanos: Estratégias de Colaboração Multissetorial”, lançando um olhar crítico e inovador sobre os caminhos para a transição energética e a neutralidade climática nas cidades.
Da teoria à prática: Contratos Climáticos Urbanos e a Missão da UE
A proposta de Ferrão ganha ainda mais relevância no contexto da sua participação no Conselho da Missão da União Europeia “Cidades com Impacto Neutro no Clima e Inteligentes até 2030”, cargo que ocupa desde 2022. Este órgão é composto por 15 especialistas que orientam a implementação da Missão no âmbito do programa Horizonte Europa, até 2025.
A Missão Cities da UE tem como objetivo transformar 100 cidades europeias até 2030 em territórios neutros em carbono e inteligentes, servindo de modelo para outras até 2050. Um dos principais instrumentos da Missão é o Climate City Contract (CCC), contratos co-criados por municípios, cidadãos e stakeholders locais que detalham os investimentos e estratégias necessários para atingir a neutralidade climática nos sectores chave: energia, mobilidade, edifícios e resíduos.
Em Portugal, esta visão é reforçada pela plataforma Cidades pelo Clima, que visa mobilizar e apoiar os municípios portugueses na definição e implementação de estratégias de neutralidade climática. A plataforma promove a partilha de conhecimento, ferramentas e boas práticas, alinhando os esforços locais com os objetivos europeus de descarbonização urbana.
Sobre o palestrante
Paulo Ferrão é Professor Catedrático no Instituto Superior Técnico, onde preside o centro de investigação IN+ – Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento. Foi também presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e integra o Painel Internacional de Recursos das Nações Unidas.
A sua atividade científica e política está centrada no planeamento sustentável, na eficiência dos sistemas urbanos e na formulação de políticas públicas baseadas em evidência, com foco na ação climática local e na justiça socioambiental.